terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Qual a diferença de uma vida para outra?


Prezados fãs, amigos, colegas e curiosos ... Olá!!!

Ainda com um pouco de dificuldade de digitar em face a problemas da mão esquerda, mas devido aos acontecimentos e a forma com o qual o tema tem sido tratado, decidi fazer fisioterapia digitando.

A morte, confirmada nesta data, do cinegrafista Santiago Andrade durante manifestação no Rio da semana passada, é mais um caso entre tantos da convulsão social que acomete o Brasil.

No entanto a abordagem sempre tendenciosa  dos urubus de plantão usando tragédias pessoais pra tirar algum proveito, desvirtua quase por completo o verdadeiro sentido das coisas.

Não quero diminuir o fato que no mínimo é lamentável e deve ser apurado até o fim onde devem ser empregados todos os meios possíveis para isto.

Mas, mais uma vez "tem alguma coisa de podre no reino da Dinamarca".

As próprias reportagens exaustivas sobre o fato, inclusive na Rede Globo que não era onde Santiago trabalhava, já começaram a me soar como oportunismo e corporativismo. Tudo bem, normal. Mas a imparcialidade passou longe e a briga quase virou pessoal.

Começou a caça as bruxas e vi num jornal que identificaram quem ACENDEU o rojão e a prisão deste foi expedida. Acender rojão virou crime? Isso não pode ser usado como instrumento para chegar a quem lançou. Mas de qualquer forma o caso vai ser tratado como assassinato e não como acidente.

Santiago era cinegrafista experiente. Mas se as entidades de classe estão tão engajadas na elucidação do caso me parece que falta uma certa profundidade, como sempre.

 Mas por quê Santiago não estava usando equipamento de segurança, sendo que as manifestações sabidamente terminam em confronto? Alguém já se perguntou isso? Se ele era tão experiente não sabia dos riscos? Um erro não justifica outro mas peraí. Se fosse um outro cidadão será que teria essa atenção toda? A gente sabe que não. Tanta gente dá adeus a este mundo em situações semelhantes. E aí?

Somos todos vítimas da banalização de tudo aquilo que tememos e só quando algo acontece com alguém de relevância o caso é tratado com maior atenção. Mas mesmo assim sem uma abordagem mais consistente.

Há 10 anos quando o jornalista da Globo Tim Lopes foi assassinado foi a mesma coisa. E ele sabia dos riscos. 

O próxima passo é fazer lobby para os manifestantes serem enquadrados como terroristas. Aí desse o pau, prende todo mundo e depois segue a vida como se nada tivesse acontecido. Não muda nada. Tudo continua igual. Inclusive os motivos que criaram os terroristas que logo logo criará uma nova geração deles que num belo dia pode jogar um rojão a acertar a cabeça de algum jornalista.

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