domingo, 29 de setembro de 2013

Ele se foi depois de quase 10 anos ... e nunca mais deu notícias.

A psicologia humana é universo de incógnitas que acredito jamais serão totalmente respondidas. Por mais que se estudem casos e mais casos sempre haverão variações do mesmo problema ou mesmo perspectivas totalmente novas que merecerão estudos longos e demorados e inéditos sobre as doideiras de comportamento humano. E a própria obsessão de tentar entender esses comportamentos também merecerão estudo. Será que entender certas atitudes é relevante?

Eu e meu ex estivemos juntos por quase 10 anos. Foi o tempo em que conheci a felicidade e exerci o amor de forma quase plena. O amava muito e procurava fazer todo o possível pra que essa fosse uma relação feliz e duradoura. Assim como a maioria das pessoas fazem. Tentava conduzir as cosias no que acreditava ser bom para ambos. Talvez tenha tentado impor meu jeito de ser nas coisas mais do que devia. Mas como do outro lado havia pouca resistência e alguns diálogos eram econômicos seguia com o plano traçado como se estivesse tudo certo. E assim fomos.

Em 2008 tivemos nossa primeira crise e acabamos nos separando por uns meses. Depois voltamos e ele foi muito importante pra mim quando fiz a cirurgia pra retirar o rim direito. Porém em 2010 as coisas voltaram a ficar complicadas. Chegamos a passar juntos o carnaval de 2010 em São Paulo, mas as coisas iam de mal a pior. Ele chegava cada vez mais tarde em casa em função do trabalho e sempre muito pouco disposto a conversar. Certa vez precisei dele por questões pessoais mas ele disse que não podeira ir me buscar no trabalho pois tinha combinado de ajudar um menino da republica com dicas de instalação elétrica (ele era educador social num programa da prefeitura que cuidava de menores sem família). Devido a vários problemas no trabalho dele, pois tinha uma chefe meio maluca, ele foi transferido pra outra unidade de ação social. Ele andava triste e eu fazendo o possível - do que eu conseguia identificar pois pense um sagitariano tentando adivinhar o que deseja uma "porta" - pra ajudá-lo a superar e crescer na nova unidade.

Depois de um tempo ele voltou a ficar um pouco mais alegrinho, mas ainda assim mantinha certa distância de mim. Eu nem sabia mais o que fazer e comecei a me preocupar mais comigo. E parece que a ponte ruiu de vez.

Lembro que muito tempo antes disso, ele me disse que se deixasse de me amar, antes de me trair ele me falaria e iria embora pra não me magoar. Será que ele esqueceu dessa parte?

Então num dia de novembro ele não dormiu em casa. Disse que tinha dormido na casa dos pais dele. Ele chegou de manhã, disse que só tinha vindo pegar algumas coisas pois ia passar o final de semana na praia com os pais, mas que em seguida viria pra buscar o resto das coisas dele. (Clique AQUI e leia o post do fim)

Não fiquei muito surpreso. A tempos a situação estava ruim. Ainda tentei conversar pra pelo menos saber o real motivo do fim. Ele só disse que não dava mais, que ia voltar pra casa dos pais, que não queria discutir e que não sentia nenhuma mágoa. Aí o cérebro sagitariano (meu) que faz conexões mil de hiperlinks quase fundiu.

Como você termina uma relação de quase 10 anos com alguém e vai embora sem conversar? Se não há mágoa, por quê acabou? Por que sair desse jeito sem querer botar os pontos finais devidos em seus lugares? Ele saiu e não disse mais nada.

Ainda tentei manter um contato amigável até pouco depois da morte da mãe dele, até mais ou menos junho de 2011. Achei estranho mas o namorado dele não estava presente nem na missa de 7º dia. Sim, descobri dois meses depois do nosso fim que ele estava namorando. Daí, fez as contas aí?

Sim, acredito que ele terminou comigo pra ficar com outra pessoa mas não teve coragem de me dizer na época. Talvez devido ao que ele me tivesse dito sobre se um dia não me amasse mais. Talvez a vergonha em admitir que me traiu (mal sabia ele que já tinha me traído muito antes nas várias vezes que precisei dele e ele não se fez presente). Talvez o medo que todos soubessem o que aconteceu e tinha medo de encarar as pessoas por causa disso. Relato aqui o fato de que ele não se separou só de mim, mas também de todos os nossos amigos em comum. Isso tudo reforça minha teoria.


Depois da morte da mãe dele e de quando ele disse que só poderia ter por mim era respeito, apaguei ele de meus contatos. Nunca mais dei ou tive notícias diretas. Uns amigos disseram que o viram mas assim como eu se perguntam por quê ele sumiu. Não sei exatamente por quê ele se foi. Como disse, tudo é uma possibilidade de "talvez". E talvez seja preciso que eu possa conviver com o fato de que nunca saberei exatamente por quê ele se foi e tente construir novas relações sabendo que nem sempre será possível encontrar respostas para tudo. Um amigo certa vez contou que em conversa com ele, o mesmo teria dito que eu não o ajudava a crescer. Bom, difícil entender isso uma vez que depois que nos separamos ele passou a trabalhar de noite, pra ganhar mais no adicional noturno, no resgate social recolhendo mendigos na madrugada em situação de risco. Independente da nobreza da função, cá entre nós pessoal, quão crescimento profissional é esse? Por outro lado eu deixei o emprego numa corretora de seguros e fui aprovado em concurso de um grande banco e vou muito bem obrigado.

Entender o processo do fim é como entender o fim em si. A gente acaba sabendo por que acabou mas fica mistificando o ponto final em si. Eu já sabia que ia acabar pois em dado momento nem eu tinha mais forças pra fazer continuar e dar certo. Claro que civilizadamente você espero que todo o amor que tinha pudesse ser transformado em amizade ao menos. Mas sempre tem um outro lado, e quando um não quer ...

E você e seu ex, são amigos ou não são mais nada?

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Dia da doação de órgãos! Eu também estou na fila!


Hoje vou falar um pouco sobre esse assunto importante e delicado: doação de órgãos. Bom, muito se fala sobre o assunto, da importância das pessoas terem consciência da doação, o quanto é seguro o processo de retirada de órgãos de um doador; da captação e transporte dos órgãos até o centro cirúrgico até o transplante em si e da significativa melhora da qualidade de vida do transplantado. Além de córneas, coração e rins, também se transplantam fígado, pulmão, pâncreas, ossos, pele o outras partes, até intestino, com uma estimativa de sucesso bastante grandes trazendo à quase normalidade a vida de milhares de pessoas. Mas decidi fazer um pequeno relato sobre isso tudo sobre a ótica de quem aguarda a tão esperada ligação para o despertar de uma nova realidade: a minha ótica, a ótica de quem precisa de um transplante.

Sou portador de diabetes tipo I, o que precisa tomar injeções diárias de insulina desde 1 ano e meio de idade quando fui diagnosticado após uma série de convulsões. Nessa época ainda morava em São Paulo e a diabetes ainda era um bicho de sete cabeças. Hoje é só de seis. rsrs. Em 1993 identifiquei uma alteração no rim direito. Inicialmente esse problema se deu por origem congênita que foi se agravando. Ele perdeu função e acumulou excesso de líquido o que culminou numa cirurgia pra sua retirada em 2009. Com o histórico de diabetes e sobrecarga na função, o rim esquerdo começou a falhar. No começo comecei a controlar alimentação mas logo passei a usar medicação mais significativa. São cerca de 20 comprimidos diários. Além da insulina.

Parte desses comprimidos mascaram alguns sintomas da diabetes como a hipoglicemia (baixa excessiva de açúcar no sangue) o que começou a me acarretar crises mais severas desse sintoma. Sudorese excessiva, perda de coordenação motora, desmaios passaram a ser frequentes. Inclusive no trabalho onde certa vez acordei com enfermeiros me dando glicose na veia. Isso também ocorreu de madrugada, durante o sono, que quando acordei estava totalmente descoordenado, não conseguindo controlar os membros nem a fala. Fui acudido por minha mãe que me deu mamadeira de água com açúcar (não conseguia segurar um copo ou mal engolir de forma normal).

No começo do ano passado a anemia começou. Quem manda o organismo fabricar sangue são os rins que no meu caso já estavam com data de validade vencida. O esquerdo né, pois o direito não tinha mais. Com a perda da função renal e a anemia sentia-me fraco e com dificuldade de respirar em algumas vezes. A acidez no sangue começou a subir demais e logo começaram problemas estomacais e alérgicos. O organismo tenta de todo jeito botar as toxinas pra fora e as coceiras passaram a me atormentar. Sem contar as ânsias e enjoos decorrentes da acidez no estômago. Não foram uma nem duas vezes apenas que vomitei de estômago vazio.

Com o histórico de falência renal a vista, corri para os exames pré-transplante. Que bateria. Só de sangue foram 50 tipos. Fiz em 3 etapas pois senão ia ficar sem sangue numa retirada só. De imagem foram outros 15 eu acho. E daí vai meu aviso aos homens: fujam de um exame chamado uretrocistografia. Vocês não tem noção do que fazem com o seu "amigunho". E nunca acreditem num enfermeiro que manda você tirar as calças e diz que só vai doer um pouquinho.

Bom, terminado os exames agora era ser incluso na fila de transplante esperando por um rim e pâncreas, fato que ocorreu em janeiro deste ano. Porém, como o rim tava indo pro brejo era possível de eu precisar de hemodialise antes do transplante sair. Pra fazer hemodialise é preciso fazer uma fistula. É uma inversão da artéria com a veia, geralmente no braço, para a veia ficar maior e poder ser punssionada para a hemodialise. Pois bem, ledo engano.

Fiz a primeira cirurgia da fístula no pulso do braço esquerdo. Dez dias de molho e ... a veia não pegou. Fiz a segunda um pouco mais acima e ... nada da veinha querer ajudar. Fiz no braço direito a terceira. Depois de 10 dias meu braço começou a ficar azul. Deu derrame. Fiquei mais de 20 dias afastado, aí, já pelo INSS. E a dita cuja nada de ajudar.

Meu quadro piorou e em março deste ano meu médico disse que tinha que entrar na hemodiálise. Meu mundo caiu. Aí ele disse que como eu não tinha ainda a fistula precisava fazer um cateter no pescoço pra fazer a hemo dessa forma até fazer a fistula. Meu mundo acabou. Tudo que queria evitar era a hemo mas não deu. Passei dois dias me lamentando, chorando em desespero por não acreditar que tudo isso estava acontecendo logo comigo. Um cara legal que procurava ser bom com as pessoas e tentava não ofender ninguém. Nessa hora, Deus ouviu poucas e boas.

Pois bem, coloquei o cateter no Hospital Evangélico. Aquele da médica acusada de antecipar o THE END de pacientes na UTI aqui de Curitiba. Até brinquei com meu médico: nossa doutor, desistiu de mim? Meu humor negro ganhou status de "stand up comedy" nos últimos tempos.

Eu falei pra vocês que continuo trabalhando normalmente? Ou quase? Ok. seguindo.

Comecei a hemo muito feliz e contente (certo, isso foi deboche), mas logo o médico marcou outra cirurgia da fístula, a quarta. Dessa vez troquei de médico e fiz com uma médica indicado pela Fundação Pro-renal. Enfim minha fístula funcionou (melhor de 4), pude tirar o cateter do pescoço ( vocês precisam de um cateter no pescoço pra ver como é legal tomar banho e lavar a cabeça sem molhar o tubinho) e agora levo duas agulhadas no braço 3x por semana. Bom né? Ah, é! A hemodialise são 3x por semana durante 4 horas. Acordo as 5 da manhã, atravesso a cidade, assisto Bom Dia Paraná, Bom Dia Brasil, depois dou bom dia pra Ana Maria, Bem Estar e dá tempo de pegar a Fátima Bernardes dizer "Olá". As vezes passo mal, a pressão cai mas tá tudo susse. É a vida. Não posso beber álcool, tenho q cuidar com alimentos que tenham excesso de potássio e fósforo e ainda cuidar da diabetes. Moleza. E ainda escuto meu chefe perguntar o que esta acontecendo comigo que meu rendimento caiu. Troféu "joinha" pra ele, né gente?

Então meus amigos, pra resumir essa tem sido minha vida nos ultimos meses. Já fui chamado umas 8 vezes pro transplante mas acabou indo pra outras pessoas á minha frente ou pra ninguém, quando descobrem que o órgão do doador esta estragado. Se isso o sensibilizou e deseja saber um pouco mais sobre doação de órgãos para ajudar alguém a melhorar, literalmente de vida, segue abaixo o link do Conselho Nacional de Justiça que trata do assunto. Além é claro da vasta literatura virtual na internet.

Obrigado pela paciência de ter lido. E divulgue se achar producente.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Todo mundo tem uma estrada no coração chamada Saudade.

A muito tempo atrás, num reino distante e desconhecido, mas próximo às montanhas do nascente, vivia uma bela e destemida princesa. Bela, de coração nobre, justo mas também inquieto, que vivia a explorar as cercanias de sua cidade em busca de conhecimento e de alguma coisa que lhe apartasse as aflições do coração.
Sua cidade era majestosa. Encravada entre as montanhas ficava protegida dos ventos fortes que vinham do mar, mas também escondida da planície que se perdia na visão para o oeste. O orvalho das manhãs se misturavam aos regatos das montanhas em volta, adornando os entornos da cidadela com abundância de cachoeiras que quase sempre reproduziam belos arco-íris que cintilavam pelas torres mais altas. A vegetação crescia e floria pelas alamedas da cidade e pelos jardins ainda se viam em abundância, aves e outros pequenos animais que pouco eram importunados pelos habitantes.
Numa bela tarde ensolarada, em que a névoa começava a descer das montanhas pintando os campos de prata, deparou-se com um viajante do oeste. De ar cansado, porém belo e altivo, notando-se ser de terras longínquas, a princesa, sem se identificar, ajudou o viajante a retomar o caminho certo rumo ao oeste, acompanhando-o pelo inicio da estrada.
O homem falava pouco de si. Alto, de constituição forte, tinha a pele clara mas levemente bronzeada nos braços e rosto. Fruto do tempo de caminhada, vindo ele de tão longe que imaginava ter vindo. Era forte mas não tão musculoso como os guerreiros de sua cidade. Falava suavemente mas tinha uma firmeza na voz. Logo a princesa percebeu que não era um homem simples, um homem do povo. E continuou a acompanha-lo.
As afinidades da conversa foram encantando a princesa, e instigando o viajante.
E quem era ela? Ele perguntou a seus próprios pensamentos. De pele clara, bem vestida e de cabelos como o sol, era simpática, de fala requintada e e estremamente educada e prestativa.
Ele falava de sua viagem. E da sorte de ter se perdido e encontrado tão bela dama. Ela questionava dos perigos que ele podia ter enfrentado, mas que estava feliz de te-lo encontrado naquela tarde.
Após uma caminhada longa que levou ao cair da noite, a princesa percebeu que não eram só as histórias do viajante que aplacaram a inquietude de seu coração. Era toda a lisura do viajante, sua bondade e paixão pelas coisas boas do mundo que a conquistaram.
Mas ela precisava voltar ao palácio. Ele, tinha que prosseguir a viagem à sua terra natal!
Com o coração aflito, despediu-se do viajante que com o semblante triste, também hesitou em prosseguir sem aquela que para ele naquele momento queria que fosse o eterno destino de sua caminhada.
Como símbolo de carinho eterno, a princesa entregou ao viajante um broche, que na sua terra representava sua casa real, mas que o viajante não imaginava o que era.
Antes de dar meia volta e deixar o viajante, disse-lhe que se seu coração por ela voltasse a chamar, era por meio daquele presente que a iria encontrar.
Beijou-lhe os lábios e com os olhos marejados partiu em regresso aos jardins e salões de seu castelo deixando o viajante com o coração dividido entre a necessidade do retorno e o desejo de ficar.
E por muitas luas a princesa voltava a caminhar pelo inicio daquela estrada com esperanças de ter notícias do viajante. Em vão. E até os dias de hoje todos que passam pela aquela estrada a chamam de a Estrada da Saudade.





Esse conto continuará na próxima quarta. O amor as vezes acontece nas horas improváveis. E nos traz desafios. Será que estamos sempre preparados para ele?

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Ele se foi ... mas já tinha ido!!

Casei .... é, um dia eu casei. O que parece surpresa pra algumas pessoas me foi uma realidade feliz. Mas não duradoura.
Não vou dizer que não deu certo, mas porque na verdade deu certo por quase 10 anos. Mas talvez tanta energia gasta por tanto tempo não sobrou reserva pra fazer render por mais 10, 15, 20 anos. Até porque a fonte é mantida por duas baterias. Não só uma.
Fui feliz por conseguir fazer alguém feliz por um bom tempo. Criamos nossa forma de amar, conquistamos algumas coisas. Perdemos também  mas enquanto havia amor até isso era divertido. Ah, e quando fomos comprar colchão então. Isso era divertido também. A cara de paisagem da vendedora demonstrando colchão de casal pra dois homens era impagável. Outra possibilidade prática era o guarda-roupa. Como usávamos quase o mesmo número por vezes vestíamos as camisas um do outro.
Jantares com amigos; viagens; idas ao cinema; almoços em família. Tínhamos tudo o que um casal "normal" tinha. Até as brigas.
Logo o distanciamento começou. Talvez trazido por uma mudança de foco em ambas as vidas e que não foi muito bem comunicada ou entendida por ambas as partes. A alma dele estava indo embora, e eu ainda querendo segurar o corpo.
Eu era feliz. Ou fingia ser. Entendam, quando amamos, passamos por cima de muita coisa. E deixamos de ver o que está logo a nossa frente, cantando e pulando e pintado de ouro. Mas a vida seguia e o fato de ter ele dormindo em casa já era um motivo de alegria. Não que ele vivesse não dormindo. Mas quando a distancia é eminente e as palavras passam a ser vazias, a gente acaba acatando a falsa presença como presente.
Tentei todos os canais de comunicação. Sério, sou do tipo que adora uma D.R. se for pra arrumar a bagunça. Mas claro, o outro lado já não achava isso e acreditava que se ficasse 3 dias em silêncio e depois falasse algo como se nada estivesse acontecido isso já estaria bom. Mas claro que pra um sagitariano que adora tudo bem as claras isso já não era mais possível.
Um dia ele chegou e disse que não podia mais viver comigo, que não tinha mágoa, mas ia embora e não queria discutir. Falei que como ele podia ir embora depois de quase 10 anos juntos sem ao menos dizer o por quê? Ele simplesmente virou e partiu. Apesar de ainda acreditar (sagitarianos são otimistas ... e cegos) e assim ainda conseguir ser apaixonado por ele, percebi que aquele homem o qual amei por 10 anos, não seria mais possível me fazer feliz. E deixei seu corpo ir embora, pois sua alma já estava longe a muito tempo.
Como a gente as vezes prefere engolir a angústia e ficar meio quieto no próprio buraco, não demorou muito pra eu ter uma crise e parar uma semana no hospital por conta de descompensação da diabetes (sim, sou um doce de pessoa). Aliado a isso a descoberta de que o então agora EX estava namorando com um jovem de quase 20 anos mais novo que ele acabou selando a ponte do distanciamento.

Escrever sobre isso depois de quase 3 anos do fim é quase uma catarse. Entender que há fantasmas em nossas vidas que aparecerão de vez em quando é criar um jeito de tocar a vida mesmo apesar das cicatrizes. As vezes elas vão doer num dia de chuva mas significarão apenas um aprendizado que tem que nos fazer melhor.
Isso tudo está superado e deixado no passado, mas faz parte das lembranças de minha história. Já me apaixonei de novo, já me ferrei de novo e agora travo outras lutas que me fazem dar importância a coisas mais profundas na vida. Quem ama sempre sofrerá um pouquinho. As expectativas que criamos geralmente são dores nossas mesmas. Hoje é o dia de ser feliz. E descobrir que isso depende só da gente. Não de outra pessoa.

Obrigado por ler.