terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Capitulo IX - Espinhal

Enquanto todos tentavam se recuperar daquela situação totalmente inusitada e inesperada, tentando descobrirem se estavam dominados por algum feitiço ou ilusão, Iramaeles tomou a frente de todos, empurrando alguns desorientados e foi ter com o dragão.

-- Espinhal, perdoe-me.

-- Da próxima vez que adentrares à minha casa, faça-me o favor de anunciar-te e a seus companheiros prontamente Iramaeles. Sou um dragão do tempo, não um adivinho. Podíamos não estar conversando neste momento. Apenas eu banqueteando. Respondeu o dragão que continuou. -- Sorte estarem acompanhados da herdeira de Kawtby.

Afharin ainda atônita com o broche em punho olhou para Iramaeles inquisitiva. Ele sabia e nada lhes disse sobre o dragão. Que segredos aquele velho mago ainda teria?
Iramaeles justificou-se. O povo de Kawtby a muito tempo esqueceu suas tradições e revela-las como uma pintura pronta seria por demais inacreditável. Precisam sentir o que esta escondido dentro de suas almas. Ver para crer. Por isso nada lhes disse diretamente e olhando para a comitiva apresentou-lhes o último herdeiro de Fairinok, Espinhal.

-- Quase nos matou. Disse o rei.

-- Nunca entre sem bater, majestade. Retrucou Espinhal.

Quando o último dos dragões morreu, Iramaeles adentrou Fairinok procurando algum dragão que tivesse sobrevivido. Então encontrou Espinhal, ainda um filhote e o escondeu e passou por um tempo cuidando dele até que ficasse forte e pudesse viver sozinho e então mantiveram sua amizade em segredo por todas esses anos. Iramaeles aconselhou a Espinhal que nunca se revelasse até a chegada do herdeiro de Kawtby que carregaria o broche da união e assim o fez até aquele momento.

Saudaram-se e apresentaram-se. E entre breves histórias de suas jornadas e existência, Espinhal então lhes disse que estavam em boa companhia, se referindo a Iramaeles, e que este lhes mostraria o melhor caminho para cruzarem a montanha e chegarem a Kawtby. Referindo-se a princesa disse então que sempre pressentiu a vinda da herdeira, Afharin, e esperou o momento como havia dito Iramaeles. Eles tinham uma ligação, um pacto firmado a muitas gerações e que sempre que a princesa precisasse usasse o broche para pedir seu auxílio.

Descansaram e se recuperam. Mas os feridos ainda se encontravam um puco debilitados e decidiram passar a noite em Fairinok. Espinhal providenciou aquecimento e passaram a noite contando histórias.

Espinhal foi ter com Afharin. Disse-lhe sobre várias coisas mas principalmente sobre a jornada que estava engenhando. Tudo que ocorresse seria devido, por mais que não acreditasse. Coisas que não desejaria podiam acontecer. E outras coisas que nem imaginou também poderiam vir como uma dádiva. Devia descobrir antes de cada desafio, uma coragem ainda adormecida, mas que na hora certa saberia despertar. Aceitar um destino traçado fazia parte das escolhas feitas desde muito antes da consciência viva. Ela entenderia um dia.

-- Não espere demais do desconhecido, Afharin. Disse Espinhal. -- O próprio desconhecido, desconhece nosso coração por completo. Afinal, o coração é a coisa mais mutável que existe.

Afharin com ar de dúvida afirmou saber o que seu coração queria e era chegar logo a Khager. Mas fez que compreendeu as palavras de Espinhal. Este então esboçou um sorriso. Despediu-se e antes de se retirar do salão e alçar voo,disse que estava uma bela noite no pico das montanhas. E saiu.

credito ilustração: http://pt.forwallpaper.com/wallpaper/kazamasa-uchio-ucchiey-japan-fantasy-fairytales-castle-landscape-192908.html

Acesse capítulo VIII e links para demais no final desse.

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